Flavio Carvalho Molina
Foto: Acervo CEMDP
Foi anunciada pelo MPF em São Paulo a identificação dos restos mortais do militante do Movimento de Libertação Popular (Molipo), Flávio Carvalho Molina, assassinado sob tortura em 1971.
Flávio Carvalho Molina foi militante do Movimento de Libertação Popular (Molipo). Esteve em Cuba até meados de 1971. Manteve contato com sua família apenas até julho de 1970. Desapareceu no dia 4 de novembro de 1971, supostamente detido por dois agentes do Doi-Codi em São Paulo (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna do II Exército).
A notícia de sua morte foi recebida somente em 29 de agosto de 1972, quando os periódicos “O Globo” e “Jornal do Brasil” noticiaram, falsamente, que ele teria morrido em confronto com a polícia na madrugada do dia 1º de novembro de 1971. O corpo de Flávio foi enterrado com nome falso, no cemitério de Perus, em São Paulo/SP. Soube-se mais tarde que, em 11 de maio de 1976, foi realizada a exumação e o traslado de seus restos mortais para uma vala comum, clandestina, onde permaneceram até 1º de dezembro de 1990. Nessa data, foi aberta a “Vala de Perus” e iniciado o trabalho de exumação e traslado das ossadas. Parcela expressiva dessas ossadas foi levada para identificação no Departamento de Medicina Legal da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp).
O MPF havia apurado que houve excessiva demora na conclusão da identificação de Molina pela Unicamp e interveio diretamente no caso, exigindo a realização do exame de DNA que permitiu a identificação, em setembro de 2005. No mês seguinte, Molina foi finalmente enterrado no jazigo da família no Rio.
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