Para quem observa de longe, a atuação do MPF em busca da responsabilização criminal dos agentes de Estado envolvidos em graves violações de Direitos Humanos começou em 13 de março de 2012, quando, pela primeira vez na história, procuradores da República denunciaram um agente da União - o coronel Sebastião Curió - pelo sequestro qualificado de cinco desaparecidos na Guerrilha do Araguaia.
Desde então, ao longo desses seis anos*, o MPF ofereceu 40 denúncias, distribuídas à Justiça Federal em Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Ao todo, 60 agentes de Estado ou pessoas a serviço da União foram apontados como autores de graves violações de direitos humanos cometidas contra 53 pessoas.
As graves violações de Direitos Humanos denunciadas pelo MPF incluem homicídio, estupro, sequestro, lesão corporal qualificada (tortura), ocultação de cadáver (desaparecimento forçado), falsidade ideológica, abuso de autoridade, crime de quadrilha armada e atentado a bomba.
Esses crimes ocorreram num contexto de sistemática violação de direitos em um momento da História no qual o Estado brasileiro elegeu como inimiga parte da população todos aqueles que não aceitavam o regime militar e que se opuseram a ele.
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