Adalberto Soba, desaparecido durante o regime militar argentino
Foto: Reprodução
O Supremo Tribunal Federal, por maioria, autorizou o governo brasileiro a extraditar o major uruguaio Manuel Juan Cordero Piacentini para a Argentina. O militar é acusado de ter participado da Operação Condor, uma cooperação militar entre países do Cone Sul para a eliminação de adversários políticos.
Ele é acusado pelo Uruguai e pela Argentina de ter participado da operação que resultou no sequestro de Adalberto Soba (foto), em setembro de 1976, do filho da vítima de 10 anos e de outros familiares, entre outros crimes. Soba é até hoje um dos milhares de desaparecidos na ditadura portenha. A extradição de Piacentini foi pedida pelos dois países, mas o STF julgou que o réu deveria ser enviado para a Argentina, local do crime.
A extradição teve parecer favorável, emitido em 21 de fevereiro de 2008, pelo procurador-geral da República Antonio Fernando Souza. Para o então PGR, o sequestro é um "crime permanente tanto no Brasil como na Argentina", cuja prescrição só começa após a interrupção da ação do agente. "A despeito do tempo decorrido, não se pode afirmar que estejam mortas porque seus corpos jamais foram encontrados, de modo que ainda subsiste a ação perpetrada pelo extraditando", afirmou no parecer.
Denunciados/demandados: Manuel Juan Cordero Piacentini
Instituições envolvidas: Exército Uruguaio
Vítimas: Adalberto Valdemar Soba Fernandes e outros
Veja a íntegra da Extradição nº 974-5
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