AUDIÊNCIA NA TI DOS KINJA


AUDIÊNCIA NA TI DOS KINJA

Indígena presta depoimento durante a audiência na TI Waimiri-Atroari


Foto: Camila Gabriel - ASCOM MPF/AM

Helicópteros que sobrevoavam as aldeias derramando veneno e detonando explosivos sobre centenas de indígenas reunidos para celebração de rituais de passagem. Ataques a tiros, esfaqueamentos e degolações contra os sobreviventes. Tratores que passavam destruindo roçados, locais de passagem e antigas capoeiras de aldeias centenárias.

Essas foram algumas das cenas de horror descritas por seis indígenas Waimiri-Atroari, auto-denominados Kinja, durante a audiência judicial histórica realizada na TI Waimiri-Atroari, na divisa entre os estados do Amazonas e Roraima, como parte da ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas para responsabilizar e cobrar do Estado brasileiro reparação e indenizações pelas violações cometidas contra os indígenas da etnia durante a abertura da BR-174 no período da ditadura militar.

Essa foi a primeira vez que os Kinja, como se autodenominam, falaram em público sobre as memórias do genocídio praticado contra eles entre os anos 1970 e 1980. Os ataques e as doenças levadas após o contato com os não indígenas reduziram drasticamente a população do grupo e quase os levou à extinção.

Ação civil pública nº 1001605-06.2017.4.01.3200